quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Julian Assange na WikiLeaks. Nós na Viqui Liquis. E Lula a brindar à felicidade de Chissano.

Assange ganhou o apoio de Lula hoje durante o balanço do PAC:

"-- Ô, Tuquinha [Ricardo Stuckert], pode colocar no blog do Planalto o primeiro protesto então. Pela liberdade de expressão, sabe, na internet, para a gente poder protestar porque o rapaz estava apenas colocando aquilo que ele leu. O culpado não é quem divulgou, o culpado é quem escreveu. Portanto, em vez de culpar quem divulgou, culpe quem escreveu a bobagem. Porque senão, não teria o escândalo que tem.

Mas não comemore Assange. É tudo por enquanto, porque um dos 250 mil documentos vazados na WikiLeaks mostra o Aeroporto Internacional de Maputo, em Moçambique, como o entroncamento aéreo da entrada de tráfico de drogas (cocaína, haxixe, heroína) via Brasil. Maputo é, segundo o report diplomático norteamericano, uma zona livre para a lavagem de dinheiro através de grandes conclomerados econômicos. Eis o link WikiLeaks

Agora que você já sabe quem é Domingo Tivane, Mohamed Bashir Suleiman e Joaquim Chissano vale a pena ler de novo o lantejoulado discurso de Lula para Chissano, palavras que terminaram em copos, brindes e álcool na ponta da língua demagógica. Antes, Chissano foi wikicitado como benfeitor do território moçambicano liberado para esta turma de meninos lindos...

Discurso (trechos) do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no jantar oferecido pelo senhor Presidente de Moçambique, Joaquim Chissano

" Moçambique é um caso à parte na relação com o meu governo e na relação histórica com o Brasil. Não são poucos os companheiros nossos que moraram em Moçambique. Não são poucos os companheiros nossos que aqui receberam, do governo de Moçambique, a possibilidade de trabalhar e, ao mesmo tempo, de prestar os seus conhecimentos à população de Moçambique.
Nós sabemos que a sociedade brasileira foi construída com o trabalho, com o esforço, com o suor e com o sangue de uma grande parcela de africanos, que eram cidadãos e cidadãs livres na África e se tornaram escravos, para poder prestar serviços no meu país e em outros países.
A forma mais correta de retribuirmos o sacrifício que os africanos tiveram é estabelecer a mais perfeita política de harmonia com a África. E é um pouco o que viemos fazer aqui. Viemos aqui para dizer ao Presidente Chissano que nós, brasileiros, e que o governo brasileiro quer dedicar parte do seu tempo, parte do seu conhecimento tecnológico; quer dedicar o seu conhecimento industrial, o seu conhecimento agrícola, para que possamos contribuir com o desenvolvimento desta parte do planeta Terra.
Os protocolos que assinamos hoje, na verdade, são importantes, mas ainda são pouco diante do que podemos assinar. Tenho certeza de que cada ministro que participou da reunião saiu da reunião convencido de que pode fazer mais, que pode contribuir mais e que pode fazer com que aconteça muito mais entre Moçambique e o Brasil, do que está acontecendo.
No campo da agricultura, o Brasil pode contribuir de forma decisiva para o crescimento da agricultura de Moçambique. No campo da pecuária, o Brasil pode contribuir de forma extraordinária. No campo da indústria, o Brasil pode contribuir de forma excepcional. E eu não tenho dúvida de que os empresários brasileiros estarão dispostos a dar essa contribuição.
A reunião de que participamos hoje, o presidente Joaquim Alberto Chissano e eu, com os empresários brasileiros e de Moçambique é apenas uma demonstração daquilo que pode acontecer se nós continuarmos trabalhando para aprimorar essa relação.
Eu queria dizer ao meu querido amigo, Presidente Chissano; eu não digo isso para muita gente, ao longo da minha vida política tenho dito isso para pouquíssima gente, escolhida a dedo, possivelmente pelo sentimento da consciência e pelo sentimento do coração; nem todo irmão é um companheiro, mas todo companheiro é um grande irmão.
E eu quero que o Presidente de Moçambique saiba que eu entrei aqui achando que ele era um irmão, e saio daqui achando que ele é mais do que irmão, que ele é um companheiro.
Quero que o meu amigo presidente Joaquim Alberto Chissano tenha certeza. Eu tenho mais 3 anos e dois meses de mandato, e esse tempo que tenho de mandato será, dentre outras coisas, dedicado para que a gente possa recuperar o tempo perdido na nossa relação com o querido continente africano e com o querido país Moçambique.
Quero convidar a todos para fazer um brinde ao Presidente e à sua esposa, que não está presente. E fazer um brinde à felicidade do povo moçambicano, à felicidade do povo brasileiro e à felicidade do presidente Chissano"
ANTES QUE ESQUEÇA: o que não falta é vôo saindo do Aeroporto Internacional Pinto Martins em Fortaleza para o Aeroporto Internacional de Maputo. Você pode comprar a sua passagem aqui.